quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Massacre na Finlândia


Como um sistema excelente de ensino pôde produzir um maníaco que matou oito pessoas em uma escola perto de Helsinque. Lá, as aulas são gratuitas para todos, com qualidade comprovada em avaliações internacionais, e o jovem só sai da escola depois dos 19 anos.

No entanto, não se pode pensar que haja na Finlândia um sistema educacional opressor ou extremamente competitivo, como muitos acreditam existir em países como Japão e Coréia. As escolas são ambientes agradáveis, amplos, com arquitetura pensada para beneficiar a aprendizagem. Todas as aulas são intercaladas por 15 minutos de descanso, é comum ainda as crianças fazerem a siesta no meio da tarde. O governo proíbe rankings de escolas ou de alunos pelo desempenho.

Portanto, o episódio não tem qualquer relação com a educação oferecida na Finlândia, apesar de ter ocorrido dentro de uma escola. O massacre, como tentaram explicar alguns especialistas já ontem, é um reflexo da depressão clínica comum em países com inverno rigoroso e carente da luz do sol. Os jovens pouco saem de casa nos meses mais frios - que vão de outubro a maio. Muitas vezes chegam e deixam as escolas na escuridão.

As ruas estão quase sempre desertas mesmo nas regiões mais movimentadas de Helsinque. Adolescentes reclamam da falta de opções de lazer.

A Finlândia, como outros países nórdicos, tem altas taxas de suicídio. Em 2002, um jovem se matou em um shopping de Helsinque ao explodir um bomba.

Mas, mesmo sendo o terceiro país em porte de armas, o número de homicídios é um dos mais baixos do mundo.

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